Saturday, November 04, 2006
Dia quatro de novembro. Ontem foi um dia especial. Hoje será um dia interessante. Espero que gostem da quarta parte de Zuagires de Kuthar. Até amanhã.
A Cavalaria do Deserto
Amarrada nua sobre uma pedra, Kitana acordou. Suas pernas estavam abertas expondo suas partes à um grupo de anões ansiosos. Seus braços amarrados sobre a cabeça por forte corda se debatiam em vão. O barulho fez a princesa, em igual condição, gritar. A porta se abriu e mais oito anões se somaram aos cinco já presentes. Confabulavam em uma língua que era estranha tanto a Kitana quanto à princesa. Logo estavam sérios e sombrios. Entra então um outro anão. Este muito maior em porte que os outros. Evidentemente o líder, que Kitana pôde identificar pela repetição de seu nome como Araudin. E Araudin olhou com seus olhos lascivos os corpos expostos na pedra, deixando um riso asqueroso escapar de sua boca quase banguela. Falou com rispidez aos outros presentes, entre eles os dois sobreviventes da captura matinal. Todos então saíram e fecharam a porta atrás de si. Menos Araudin. Foi então que a princesa começou a chorar. O maldito estava se despindo. Ria baixinho e roucamente um riso malicioso. Porco. Seu corpo sujo então mostrou às damas suas asquerosas proporções que se aproximavam lentamente. Kitana sentiu aquela mão tocar seu corpo com nojo. Uma língua seguiu e então o anão estava sobre a pedra. Por todos os deuses, o horror era eminente. Deitado sobre a guerreira o nojento ser acomodava suas pernas para a estocada de seu membro quando seu ouvido esquerdo foi agraciado com um pontapé certeiro. Desequilibrado cambaleou por instantes, até que sua própria faca, deixada entre suas roupas ao chão, foi sacada por outra pessoa e usada para abrir sua garganta imunda. A barba empolada de sangue se encharcou de vermelho e o corpo caiu gargarejando com a morte. Embasbacada não acreditou ao ver que a princesa havia escapado e derrotado o terrível anão tarado. Ficou em choque por vários minutos, enquanto Kitana a observava com pasmar. Mas sim, lembrou-se que apesar da princesa jamais ter deixado o castelo para brincar ou coisa assim, tinha o sangue de conquistadores nas veias. Talvez fosse essa a explicação. Pediu então à sua princesa que a soltasse das amarras. Soltas ambas, armaram-se com uma faca e uma lança curta para cada uma. Abriram a porta com cuidado, mas oh destino infeliz! Novamente sorri a infâmia. Deram de cara com dois guardas, que gritaram de pronto chamando mais guardas. Fecharam a porta rapidamente. Estavam segurando com força a porta de madeira, que era golpeada insistentemente pelos anões. O barulho do lado de fora só aumentava. A força com que impeliam a porta só crescia. As duas, nuas naquele lugar, desesperadas, apenas se concentravam em viver. Em segurar aquela maré viva de desgraça. Os gritos então aumentaram e a força redobrou. Era como se o próprio deserto tivesse soltado todos os ventos sobre a porta, todo o peso das areias sobre aquela pequena construção humana. A porta então cedeu lentamente até que as mãos e seus dedos curtos puderam segurá-la. Foi nesta hora que se escancarou e dezenas de anões entraram loucos sala adentro. As duas garotas foram atropeladas pela turba, que se acomodou assustada no canto mais afastado da sala. Intrigadas com a reação olharam para a porta e mal puderam crer em seus olhos. Lamorac e seus homens haviam invadido o covil dos anões. Os gritos que ouviram em crescendo eram gritos de morte. A força era a força do desespero. E a causa era a chegada dos Zuagires de Lamorac. -Lagartos baixos. Criaturas hediondas. Abusaram destas duas humanas com seus ridículos corpos atarracados. Não há fim para a dor que conhecerão hoje. Zuagires, capturem-nos e mostrem a eles a estrela escarlate.
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É, e assim ficamos por hora. Até a próxima.
- publicado às 9:06 AM -
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