Saturday, December 02, 2006


O Deserto de Kuthar



A oeste das infames terras de Damascia existe uma desolação árida onde nada cresce ou brota. Apenas um vento seco passa por todo lugar levando embora qualquer umidade junto com a esperança dos que por lá acabam encontrando a senhora dona Falta de Sorte. Este lugar leva o nome de Deseto de Kuthar

Elondir e Adivair estavam perdidos naquele inferno de areia e sal, deixados ali para morrer, pelo grupo de bandidos do qual faziam parte. Os lábios rachando com a falta de água e as pernas cansadas de andar em círculos eram o aviso para os abutres baixarem seu vôo cada vez mais.

-Estamos perdidos, Adivair! Nada nos salvará dessa desgraça! Sinto muito, mas vou ter que te matar para beber seu sangue e comer sua carne. Assim ao menos eu poderei escapar desse lugar maldito.

-Sinto muito, Elondir, mas não posso permitir.

Os dois ladrões iniciaram uma luta frenética, valendo-se de suas adagas, pelo privilégio do prolongamento da agonia que se tornou viver. Porém, quando as facas estavam prontas para findar ambos em um duelo insano, ambos avistaram um ponto no horizonte. Pararam a luta e esperaram, até que o ponto se tornasse um homem montado em um belo cavalo.

Como miragem, trazia as capangas lotadas de provisões, água e comida. O cavaleiro estava cruzando o deserto rumo a um acampamento avançado do reino de Bergstrand. Os dois desesperados então interpelaram o cavaleiro vestido para batalha.

-Ó, bom homem! Estamos os dois perdidos nesse deserto maldito! Dê-nos um pouco dessa água, dessa comida, ou ao menos uma carona para fora desse inferno!

Foi então que Agrapur, que era o cavaleiro montado, respondeu:

-Eu não. Vocês é que se fodam.

Tendo dito isto, deixou apenas poeira para os dois famintos, e seguiu seu rumo em trote ligeiro. Os dois homens morreram antes do sol se pôr, secos, suas carcaças servindo de abrigo contra o sol para um escorpião e suas pequenas crias, montadas em suas costas.



 Pum


- publicado às 5:46 AM -


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